Filho, hoje você veio ao mundo. Faz menos de uma hora que ouvi o seu choro. Eu e sua mãe choramos muito também. Choramos de felicidade e de apreensão, pois não sabemos o que acontecerá contigo.
Fomos fazer o ecocardiograma fetal com a Dra Marina e dessa vez foi no Samaritano. A tarde tinha ultrassonografia e, o que parecia ser mais um exame, se tornou um grande susto: sua mãe estava com muito pouco líquido e você não tinha se desenvolvido nos últimos dez dias.
Tentamos contato com a Dra Marina via ligação e sms e não conseguimos; pegamos o resultado do exame, tentei novamente falar com a Dra e não consegui, então enviei um sms com algumas informações importantes. Fomos para casa apreensivos, eu tentando acalmar a sua mãe e sua mãe se fazendo de forte.
Fui a uma lan-house, escaniei a ultrassom e enviei, via e-mail, para a Dra Marina. Menos de 20 minutos após ela me ligou, nos encaminhando para o pronto-socorro do Hospital Samaritano. Consulta, exames, troca de sms com a Dra Marina, algumas ligações (família, Telma, Simone, Gisele, Regina), e foi decidido que você nasceria imediatamente. A Dra. Marina já havia nos indicado uma consulta com o Dr Renato Assad para segunda, 14/02, e minha surpresa e tranquilidade foi quando o encontrei na entrada da sala de parto. Porém o mesmo me disse que você era muito pequeno e que faria de tudo para que você sobrevivesse. Mesmo com palavras duras, meu coração não se abateu: aquele pequeno homem me transmitiu confiança.
Então, após ouvirmos o seu choro e chorarmos junto com você, ouvi o Dr dizer que nasceu melhor do que o previsto. Levantei e vi você de perfil e te levaram imediatamente para os primeiros cuidados. Olhei por entre os lençóis, vi seu peso e me admirei: 1,710 kg; em seguida te trouxeram para que nós o conhecessomos e o peso foi confirmado.
Filho, te vimos tão rápido, você era tão pequeno que fiquei até com medo de te tocar e te fazer mal. Logo em seguida te levaram para a UTI neo-natal para fazerem todos os exames para verificar se será necessário colocar ou não o marcapasso.
Vim para o quarto enquanto sua mãe se recupera, pois escrevendo é a única maneira de desabafar sem ligar para todos no meio da madrugada. Já liguei para seus avós dando a notícia de seu nascimento dizendo que está tudo bem. Ainda não quero gritar para todos que você nasceu, estou com tanto medo, meu pequeno, e além do mais não quero que as pessoas façam perguntas sobre você que eu não possa responder.
Acabei de postar no Facebook uma frase do meu post anterior: "
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