sábado, dezembro 25, 2010

Aí, sim, fui surpreendido novamente!

Se pudesse resumir o ano de 2010, resumiria na frase "aí, sim, fui surpreendido novamente", a frase célebre de Zagallo, dita em 1974 e ressucitada pelo Globo Esporte. De fato, neste último ano fui surpreendido de várias maneiras:

1 - No trabalho, me surpreendi com a minha capacidade de organização e liderança: peguei uma operação com produção de 200 cartões/mês, 4 pessoas, e termino o ano com produção/mês de mais de 6.000 cartões e de mais 110 pessoas. Foi um ano de viagens, seleções, demissões, reuniões, conferences, reuniões, encontros, etc., mas o resultado, no penúltimo sábado antes do Natal em que superamos Ceará e Pernambuco, foi simplesmente sensacional.
2 - Nunca imaginei que amaria alguém de maneira incondicional. Aí fui surpreendido com a gravidez de Claudia. Matheus nem nasceu e mudou totalmente a minha vida. Fiquei emotivo, chorão, mais bobo do que já era.
3 - Quando pensei que Matheus era somente alegria, fui surpreendido com a notícia do Boqueio Atrio-Ventricular do meu pequeno. A alegria continuou, mas a preocupação e as noites sem dormir vieram juntas. Fiquei mais emotivo e mais chorão do que eu já tinha me transformado.
4 - Amo muito minha mulher, mas nesse ano me surpreendi com o sentimento de companheirismo e amizade que surgiu nestes dias tão difíceis que passamos juntos.
5 - Acreditei que tinha um amigo e me surpreendi ao descobrir que tenho um super-amigo. Mesmo à distância Marcelo me deu o ombro pra chorar, chorou comigo, me aconselhou, me confortou e participou deste momento difícil de minha vida de forma ativa.
6 - Pensei que já havia conhecido pessoas espetaculares nessa vida, mas me surpreendi com Renato, pessoa de grande alma, sincero e grande coração.

Enfim, em 2010 fui surpreendido novamente!

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Sobre emoção e choro

Chorei muito na última ultrassom de Matheus. Aliás, foi a ultrassom que eu mais chorei. E poderia dizer que foi:
- Um choro de felicidade, pela novidade que se inicia. Sempre quiz ser pai, e naquele momento percebi que um sonho estva se realizando.
- Um choro de temor, pelo receio de não ser o pai que sempre sonhei, podendo dar tudo o que sempre quiz ao meu filho.
- Um choro de até breve, pois algumas coisas que planejei serão adiadas. Agora tenho que me dedicar ao meu pequeno, ele estará entre as minhas prioridades.
- Um choro de adeus, pois a antiga vida de marido acabou; agora se inicia a fase de pai.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Sobre os aprendizados da vida.

A vida nos dá muitas lições e a medida que amadurecemos somos reflexo dos aprendizados desas lições. Tenho pensado muito sobre a minha vida, meu passado, meu presente e meu futuro e percebo, a cada dia, o quanto sou o reflexo de toda uma história de vida.

O primeiro susto que tive foi a perda de um amigo, aos 6 ou 7 anos de idade. Nem sabia o que era morte, mas fiquei sabendo que nunca mais o veria. É estranho, mas a lembrança de Sóstenes veio há pouco menos de 3 anos e recordo-me dele, bem como do dia em que faleceu, com a igreja lotada para o velório. Aprendi que algumas pessoas somem da nossa vida e nunca mais a veremos.
Depois veio a distância de Bruno, amigo da rua, que brincávamos todo o dia e toda hora. Mudou-se para um outro bairro, distante, e raramente nos víamos. Aprendi que a distância física muda as pessoas.
Quando mudei de escola, na oitava série, deixei para trás muitas pessoas. Aprendi que existe diferença entre colega de escola e amigo do peito. Acho que nunca tive um amigo de verdade no Maria Vestina.
Ao chegar no IEGS reencontrei alguns colegas de infância que estudaram comigo na “Escolinha da Pró Lela” e aprendi que pessoas maravilhosas cruzam o nosso caminho e nem sempre percebemos isso.
Quando comecei  a andar com Lucas, pessoa maravilhosa, auto-astral e extremamente irresponsável, aprendi que a vida não pode ser levada tão a sério, que era necessário relaxar e curtir as coisas boas desse mundo.
Quando Bruno, amigo de infância que sumiu, reapareceu, aprendi que pessoas vão e vem e só nos cabe, muitas vezes, torcer para que isso aconteça, mas sem neuras e expectativas.
Quando meu irmão faleceu e dias antes eu quis lhe dar um abraço e dizer-lhe o quanto o amava e não o fiz, aprendi que não podemos guardar os nossos sentimentos, que precisamos expressar os sentimentos a quem amamos pois não sabemos o dia de amanhã.
Quando entrei na faculdade, conheci muitas pessoas e a última pessoa a me aproximar se tornou o que hoje é meu melhor amigo. Aprendi com Marcelo que não importa o quanto somos inicialmente diferentes, em algum a coisa todas as nossas vidas são iguais: somos seres humanos, com alegrias e frustrações, carentes de um amigo para dividir essas tristezas. E, à medida que amadurecemos juntos, nos tornamos mais parecidos ainda.
Quando vim para São Paulo e fui dividir apartamento com o Rick, aprendi que as pessoas surgem do nada e, de repente, já a amamos e a consideramos da família. Rick foi, por três anos, alguém da família, que sabia muito mais da minha vida do que meus próprios irmãos.
Quando Rick foi embora e Rafael veio morar comigo, aprendi que as pessoas são diferentes e que uma mesma causa não tem o mesmo efeito. Rafael era gente boa, legal, mas nunca foi da família, amigo de verdade.
No Mc Donald´s aprendi que um ambiente de trabalho nos trás ótimas surpresas e lá encontrei amigos de verdade: Fernanda, Bruno, Josy, Alessandrão e Alan, sem falar do Plinio, Loander, Marcela, Loilson, André e Roberta.
Com Jennifer aprendi que pessoas muito iguais não dão certo, porque o que queremos é alguém que nos complete, que mude a nossa situação e nossa cabeça.
Com Claudia aprendi que a vida dá muitas voltas e depois de um breve namoro (8 meses), nos reencontramos, casamos e somos felizes. A vida me ensinou que tudo tem o seu tempo e não adianta “forçar a barra”.
Com Renato aprendi que pessoas maravilhosas surgem em nossas vidas no momento errado. Tínhamos tudo para sermos grandes amigos, irmos para as farras, nos divertirmos, darmos boas gargalhadas mas o momento, que é propício para ele, já passou para mim. Aprendi, ainda, que essa situação já aconteceu outras vezes e muitas vezes não nos damos conta disso.
Com meu Matheus estou reaprendendo a ter fé e acreditar no impossível. Estou reaprendendo a amar, a chorar, a me emocionar, a querer bem a quem nem conheço. Estou aprendendo que tenho uma responsabilidade incrível com um ser humano indefeso que foi gerado num momento de amor e que estará e será para sempre a minha vida. Que ele estará sempre ao meu lado na infância, que se afastará na adolescência para ficar mais próximo dos amigos, que se reaproximará quando jovem e que se afastará fisicamente quando casar, mas nesta fase nos reaproximaremos de coração pois perceberá o quanto somos parecidos e finalmente entenderá muita coisa que eu fiz por ele.

sábado, dezembro 04, 2010

A cada dia, a sensação de que serei pai aumenta... Depois do chá de bebê, então, a certeza de que meu peqeno Matheus virá é maior ainda.

quinta-feira, novembro 25, 2010

Cansei!

Sinceramente estou cansado! Aliás, muito cansado! Fisica e mentalmente cansado!
Estou trabalhando demais, sem tempo para me dedicar a minha mulher e meu filho. E o pior é que parece que não tenho tempo suficiente para o trabalho. Também não tenho tempo para malhar.
Paralelo a tudo isso, estou cansado de me dedicar tanto ao trabalho e os resultados não sairem da maneira como gostaria. Além disso, estou vendo que tenho me dedicado a muitas pessoas que não correspondem.
Resumindo: Que merda!

domingo, novembro 14, 2010

Mudanças do Blog

Essas eram as descrições do meu Blog. Mudarei, assim como já mudei o lay-out, dando um ar mais infantil, uma vez que minha vida agora se chama Matheus.



Abertura



Ainda não sei o porquê de fazer um Blog, mas o estou fazendo. Isso nega todo o princípio de um diário, já que um diário é algo pessoal. Ter um Blog é expor para o mundo quem você realmente é e isso, a princípio, assusta. Mas já que comecei com essa ideia, vou seguir adiante. Aqui vou escrever sobre fatos recentes e sobre lembranças, tentando registrar momentos importantes da vida para que estes não se apaguem para sempre da memória.



Quem sou eu



Deixo tudo assim não me importo em ver a idade em mim, ouço o que convém. Eu gosto é do gasto. Sei do incômodo e ela tem razão quando vem dizer que eu preciso sim de todo o cuidado. E seu fosse o primeiro a voltar pra mudar o que eu fiz quem então agora eu seria? Tanto faz que o que não foi não é. Eu sei que ainda vou voltar... MAs eu quem será?

Deixo tudo assim, não me acanho em ver vadade em mim. Eu digo o que condiz. Eu gosto é do estrago. Sei do escândalo e eles têm razão quando vêm dizer que eu não sei medir nem tempo e nem medo. E seu for o primeiro a prever e poder desistir do que for dar errado? Ora, se não sou eu quem mais vai decidir o que é bom pra mim? Dispenso a previsão!

Ah, se o que eu sou é também o que eu escolhi ser aceito a condição.

Vou levando assim que o acaso é amigo do meu coração quando fala comigo, quando eu sei ouvir...

Blog do Manoel virou Blog do Manoel e do Matheus

Tenho pensado se devo fazer um Blog só para o Matheus, falando das experiências de ser pai. Sinceramente acredito que um blog com títulos como "de pai para filho", "blog do paizão", etc., teriam um maior acesso, mas não estou aqui para chamar a atenção. Ok, poderia dividir com outros pais essa experiência, mas nesse momento acabaria por inutilizar esse blog, já que minha vida está intimamente ligada ao meu filho.
A cada dia venho lendo mais sobre como é ser pai, sobre as emoções, sobre a felicidade. Leio, me emociono, fico feliz. Tenho procurado também dicas de qual o papel do pai na gestação, o que devemos fazer neste momento tão delicado e importante da nossa vida. E, com base no que venho lendo e nos meus sentimentos, postarei aqui sobre essa nova fase de minha vida.

sábado, novembro 13, 2010

BAV - BAV - BAV - BAV

Bloqueio Atrioventricular: nunca um nome de doença ficou tão forte em minha cabeça. Já li tudo sobre esse problema na net, não consigo me concentrar em nada. Meu Deus, dai-me força. Opera um milagre em meu Matheus!

sábado, novembro 06, 2010

Sentimentos à flor da pele

E de repente um turbilhão de emoções no meu coração, que começaram nessa ordem:
1 - Perdi um grande amigo, uma pessoa mais do que especial;
2 - Dia de Finados e a saudade de meu irmão;
3 - Na ultrassonografia do meu bebê deu Bloqueio atrioventricular fetal. Não sabemos o que pode acontecer com ele, pode ser que medicação, via Cláudia, resolva ou então necessite de cirurgia e implantação de marcapasso quando do nascimento da criança.
Sinceramente não estou aguentando. Terça-feira passei o dia choroso e quinta chorei por 3 horas consecutivas, desaguando todas as lágrimas que eu achava que haviam acabado.
Preciso de força, preciso me apegar mais a Deus para vencer mais essa batalha.

Pink Floyd - Wish You Were Here

quarta-feira, novembro 03, 2010

Sobre as mudanças da vida: ser pai

A coisa mais importante na vida de um menino, é seu pai. A melhor coisa que há. Você faz o que ele manda, você faz o que ele faz... (da série The Wonder Years)

Vou ser pai. Minha esposa está de 5 meses e já sinto as dores e delícias dessa nova fase da vida. Quando descobri, não me cabia de alegria; ao vê-lo pela primeira vez, na ultrassom, não me contive e chorei demais; ao senti-lo mexendo, parecia um bobo; e agora, ao descobrir que ele está doente, me desesperei.
Já são duas noites sem dormir nessa agonia. Na segunda, 01/11, fomos fazer ultrassonografia e a médica disse que os batimentos cardíacos dele estavam muito baixos e pediu que retornássemos na terça-feira. Não bastasse a tristeza do Dia de finados, veio a notícia: ele está com uma veia do coraçãozinho que não está bombeando sangue como deveria, por isso a frequência está baixa. Fomos à obstetra hoje, 03/11, que nos indicou um especialista fetal, além de solicitar um ecocardiograma fetal.
E no meio de toda essa agonia, após falar com Marcelo, meu pai e Bruno, liguei para a minha mãe que me disse: "você é igualzinho ao seu pai, se preocupa demais. Quando eu estava grávida, era assim mesmo; quando vocês nasceram e adoeciam, ele não dormia. Vai dar tudo certo".
Após ouvir essas palavras de minha mãe, pensei muito em meu pai e encontrei a frase acima que reproduzi. Quando eu era criança, achava o meu pai o máximo: queria saber o que ele sabia, fazer as coisas que ele fazia, ter as atitudes que ele tinha. Aí veio a adolescência e, na fase da revolta, algumas coisas que você via como brilhantes deixam de ser. Não entendia muitas atitudes do meu velho e, por um momento, meu super-herói já não era tão super. Aí vem a fase adulta, em que você percebe o quanto você foi brilhante e o quanto você foi idiota. E agora, que serei pai, mais do que nunca percebo o quanto aquele cara foi brilhante; o quanto ele se dedicou; o quanto ele quiz o melhor para mim; o quanto ele quiz que eu fosse feliz; e o quanto eu fui feliz ao lado dele. Espero que eu consiga inspirar meu filho o quanto ele me inspirou.

terça-feira, novembro 02, 2010

Há mais de dois anos que não posto... Perdi o hábito de escrever textos mais longos. Primeiro por falta de tempo pois casar não é só sexo, é estar ao lado, acompanhar, dar carinho, atenção, dedicação, etc. Segundo porque tenho trabalhado muito: no início de 2009 fui transferido para Itaquera e agora estou mais próximo de casa mas, como fui promovido, minha responsabilidade aumentou de maneira geométrica.

Dizem que os filhos mudam as pessoas e Matheus segue a regra: ainda está na barriga da mãe (5 meses) e já me transformou num sentimental chorão. Não consigo imaginar minha vida sem ele, me emociono a cada ultrassonografia, penso em dar o melhor de mim para que ele tenha o melhor para si, já pensei em mudar de cidade para que ele tenha uma melhor qualidade de vida, mas penso em ficar em São Paulo pois aqui teremos mais recursos médicos caso haja algum problema de saúde...

Pois é, em menos de 3 anos, duas grandes mudanças: primeiro deixei minha vida boêmio para me dedicar a mulher que amo e agora divido esse amor com o Matheus.