Se pudesse resumir o ano de 2010, resumiria na frase "aí, sim, fui surpreendido novamente", a frase célebre de Zagallo, dita em 1974 e ressucitada pelo Globo Esporte. De fato, neste último ano fui surpreendido de várias maneiras:
1 - No trabalho, me surpreendi com a minha capacidade de organização e liderança: peguei uma operação com produção de 200 cartões/mês, 4 pessoas, e termino o ano com produção/mês de mais de 6.000 cartões e de mais 110 pessoas. Foi um ano de viagens, seleções, demissões, reuniões, conferences, reuniões, encontros, etc., mas o resultado, no penúltimo sábado antes do Natal em que superamos Ceará e Pernambuco, foi simplesmente sensacional.
2 - Nunca imaginei que amaria alguém de maneira incondicional. Aí fui surpreendido com a gravidez de Claudia. Matheus nem nasceu e mudou totalmente a minha vida. Fiquei emotivo, chorão, mais bobo do que já era.
3 - Quando pensei que Matheus era somente alegria, fui surpreendido com a notícia do Boqueio Atrio-Ventricular do meu pequeno. A alegria continuou, mas a preocupação e as noites sem dormir vieram juntas. Fiquei mais emotivo e mais chorão do que eu já tinha me transformado.
4 - Amo muito minha mulher, mas nesse ano me surpreendi com o sentimento de companheirismo e amizade que surgiu nestes dias tão difíceis que passamos juntos.
5 - Acreditei que tinha um amigo e me surpreendi ao descobrir que tenho um super-amigo. Mesmo à distância Marcelo me deu o ombro pra chorar, chorou comigo, me aconselhou, me confortou e participou deste momento difícil de minha vida de forma ativa.
6 - Pensei que já havia conhecido pessoas espetaculares nessa vida, mas me surpreendi com Renato, pessoa de grande alma, sincero e grande coração.
Enfim, em 2010 fui surpreendido novamente!
Este blog já foi só meu, agora tem um outro dono: Matheus, meu pequeno, que vem para transformar esse coração duro num coração bobão, sentimental e chorão.
sábado, dezembro 25, 2010
segunda-feira, dezembro 20, 2010
Sobre emoção e choro
Chorei muito na última ultrassom de Matheus. Aliás, foi a ultrassom que eu mais chorei. E poderia dizer que foi:- Um choro de felicidade, pela novidade que se inicia. Sempre quiz ser pai, e naquele momento percebi que um sonho estva se realizando.
- Um choro de temor, pelo receio de não ser o pai que sempre sonhei, podendo dar tudo o que sempre quiz ao meu filho.
- Um choro de até breve, pois algumas coisas que planejei serão adiadas. Agora tenho que me dedicar ao meu pequeno, ele estará entre as minhas prioridades.
- Um choro de adeus, pois a antiga vida de marido acabou; agora se inicia a fase de pai.
quarta-feira, dezembro 15, 2010
Sobre os aprendizados da vida.
A vida nos dá muitas lições e a medida que amadurecemos somos reflexo dos aprendizados desas lições. Tenho pensado muito sobre a minha vida, meu passado, meu presente e meu futuro e percebo, a cada dia, o quanto sou o reflexo de toda uma história de vida.
O primeiro susto que tive foi a perda de um amigo, aos 6 ou 7 anos de idade. Nem sabia o que era morte, mas fiquei sabendo que nunca mais o veria. É estranho, mas a lembrança de Sóstenes veio há pouco menos de 3 anos e recordo-me dele, bem como do dia em que faleceu, com a igreja lotada para o velório. Aprendi que algumas pessoas somem da nossa vida e nunca mais a veremos.
Depois veio a distância de Bruno, amigo da rua, que brincávamos todo o dia e toda hora. Mudou-se para um outro bairro, distante, e raramente nos víamos. Aprendi que a distância física muda as pessoas.
Quando mudei de escola, na oitava série, deixei para trás muitas pessoas. Aprendi que existe diferença entre colega de escola e amigo do peito. Acho que nunca tive um amigo de verdade no Maria Vestina.
Ao chegar no IEGS reencontrei alguns colegas de infância que estudaram comigo na “Escolinha da Pró Lela” e aprendi que pessoas maravilhosas cruzam o nosso caminho e nem sempre percebemos isso.
Quando comecei a andar com Lucas, pessoa maravilhosa, auto-astral e extremamente irresponsável, aprendi que a vida não pode ser levada tão a sério, que era necessário relaxar e curtir as coisas boas desse mundo.
Quando Bruno, amigo de infância que sumiu, reapareceu, aprendi que pessoas vão e vem e só nos cabe, muitas vezes, torcer para que isso aconteça, mas sem neuras e expectativas.
Quando meu irmão faleceu e dias antes eu quis lhe dar um abraço e dizer-lhe o quanto o amava e não o fiz, aprendi que não podemos guardar os nossos sentimentos, que precisamos expressar os sentimentos a quem amamos pois não sabemos o dia de amanhã.
Quando entrei na faculdade, conheci muitas pessoas e a última pessoa a me aproximar se tornou o que hoje é meu melhor amigo. Aprendi com Marcelo que não importa o quanto somos inicialmente diferentes, em algum a coisa todas as nossas vidas são iguais: somos seres humanos, com alegrias e frustrações, carentes de um amigo para dividir essas tristezas. E, à medida que amadurecemos juntos, nos tornamos mais parecidos ainda.
Quando vim para São Paulo e fui dividir apartamento com o Rick, aprendi que as pessoas surgem do nada e, de repente, já a amamos e a consideramos da família. Rick foi, por três anos, alguém da família, que sabia muito mais da minha vida do que meus próprios irmãos.
Quando Rick foi embora e Rafael veio morar comigo, aprendi que as pessoas são diferentes e que uma mesma causa não tem o mesmo efeito. Rafael era gente boa, legal, mas nunca foi da família, amigo de verdade.
No Mc Donald´s aprendi que um ambiente de trabalho nos trás ótimas surpresas e lá encontrei amigos de verdade: Fernanda, Bruno, Josy, Alessandrão e Alan, sem falar do Plinio, Loander, Marcela, Loilson, André e Roberta.
Com Jennifer aprendi que pessoas muito iguais não dão certo, porque o que queremos é alguém que nos complete, que mude a nossa situação e nossa cabeça.
Com Claudia aprendi que a vida dá muitas voltas e depois de um breve namoro (8 meses), nos reencontramos, casamos e somos felizes. A vida me ensinou que tudo tem o seu tempo e não adianta “forçar a barra”.
Com Renato aprendi que pessoas maravilhosas surgem em nossas vidas no momento errado. Tínhamos tudo para sermos grandes amigos, irmos para as farras, nos divertirmos, darmos boas gargalhadas mas o momento, que é propício para ele, já passou para mim. Aprendi, ainda, que essa situação já aconteceu outras vezes e muitas vezes não nos damos conta disso.
Com meu Matheus estou reaprendendo a ter fé e acreditar no impossível. Estou reaprendendo a amar, a chorar, a me emocionar, a querer bem a quem nem conheço. Estou aprendendo que tenho uma responsabilidade incrível com um ser humano indefeso que foi gerado num momento de amor e que estará e será para sempre a minha vida. Que ele estará sempre ao meu lado na infância, que se afastará na adolescência para ficar mais próximo dos amigos, que se reaproximará quando jovem e que se afastará fisicamente quando casar, mas nesta fase nos reaproximaremos de coração pois perceberá o quanto somos parecidos e finalmente entenderá muita coisa que eu fiz por ele.
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