Mãe: 1. mulher ou qualquer fêmea que deu à luz um ou mais filhos. 2. Origem, fonte.
(Dicionário Aurélio)
Lembro-me da minha infância, mas principalmente da minha família. O convívio com meus irmãos, pais e alguns poucos primos e tios. Apesar das brigas, nos dávamos bem. Era aquela coisa: a raiva não durava mais de uma hora e pouco tempo depois já estávamos nos abraçando, rindo, brincando e nos preparando para outra briga. Sempre falávamos que nunca seríamos iguais aos filhos de Dona Alzira e Dona Marlene, que brigavam e ficavam por um longo período sem se falar.
É interessante como as coisas mudam: Hoje, minha família está em crise de relacionamento, enquanto as outras estão bem. Minhas irmãs, Tinha e Meire não se falam. Tudo por causa de uma bronca de Tinha em Guilherme, filho de Meire. Esta endureceu o coração e disse que ela sabe o que é ser mãe, por isso não a perdoa. Penso que ser mãe é ter amor, paz e saber perdoar, coisas que não estão acontecendo. Orgulho, ódio e discórdia são sentimentos mesquinhos que nada tem a ver com o sentido de mãe.
Ser mãe não é só procriar: é ser a origem de um sentimento de amor que emana de si e espalha-se para todos. É sentir que a vida que veio de si é importante e que deve fazer o possível e o impossível para que ela tenha o melhor da vida. E pergunto-me: essa discórdia faz bem aos seus filhos? Proibí-los e incentivá-los a não falar com a tia ajuda? Será que não se lembra o quanto sentíamos falta de tios? Será que não se lembra da falta de Tio Quinho quando este afastou-se de casa após briga com meu pai?
Penso nisso tudo e fico triste. A vontade que tenho é de não ir para casa nas festas de fim-de-ano. Afinal, a família tal qual conheço não existe mais, ela ficou na memória. E estragar essa lembrança não é algo que eu esteja disposto a fazer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário